A suplementação com colágeno consiste na ingestão de produtos (geralmente em pó, cápsulas ou bebidas) que fornecem peptídeos de colágeno, que são fragmentos de proteínas derivados do colágeno natural.
O colágeno usado em suplementos normalmente é extraído de fontes animais, já que o colágeno é uma proteína estrutural presente em tecidos conjuntivos. Algumas fontes são:
– Pele, tendões e ossos de bois;
– Pele e escamas de peixes (como a tilápia);
– Cartilagens e pele de porco;
– Cartilagens de frango.
Há pesquisas científicas e biotecnológicas mais recentes em andamento para criar um colágeno através da técnica do DNA recombinante, onde os cientistas inserem em bactérias ou leveduras, os genes de animais ou de humanos que codifiquem a proteína colágeno, tais microrganismos, por sua vez, passam a produzir colágeno em biorreatores. A vantagem desta técnica é que o colágeno produzido é quimicamente idêntico ao humano.
Não existe colágeno vegano verdadeiro, porque só animais produzem colágeno. Mas existem suplementos veganos que estimulam a produção de colágeno, com aminoácidos (como glicina, prolina, lisina), vitamina C, zinco, e extratos vegetais.
Comercialmente, há alguns tipos comuns de suplementos de colágeno:
– Colágeno hidrolisado (ou peptídeos de colágeno): por serem peptídeos de baixo peso molecular, são facilmente absorvidos pelo corpo. É amplamente utilizado devido à sua rápida digestão e capacidade de entrar na circulação sanguínea.
– Colágeno tipo I: pele, tendões e ossos.
– Colágeno tipo II: articulações e cartilagem.
– Colágeno tipo III: pele e órgãos.
É importante compreender que o corpo não “reutiliza” o colágeno diretamente — ele quebra em aminoácidos e os utiliza conforme a necessidade. Imagine que o colágeno é como um muro e os aminoácidos são os tijolos. Ao consumir o suplemento estamos “ingerindo o muro” ou pelo menos “alguns tijolos unidos que formam o muro” (no caso do colágeno hidrolisado). De qualquer forma, nosso sistema digestório irá “quebrar este muro em tijolos isolados” e estes tijolos serão utilizados por nossas células para a síntese de colágeno que nosso organismo necessita. Portanto, o consumo de suplementos à base de colágeno tem o objetivo de estimular a produção de colágeno no corpo.
Benefícios da suplementação com colágeno:
– Pele: melhorar a elasticidade, hidratação e reduzir rugas.
– Articulações: ajudar na lubrificação e na saúde da cartilagem, útil para quem tem dores articulares ou osteoartrite.
– Unhas e cabelos: fortalecer e estimular o crescimento.
– Massa muscular: colágeno tipo I e III contribuem para o suporte estrutural, mas sozinho não é ideal para ganho de massa — deve ser associado a proteína completa.
– Ossos: pode ajudar na densidade óssea, especialmente em idosos.
O colágeno é classificado como um suplemento alimentar, e não como medicamento, porque:
- Não tem ação terapêutica direta comprovada como um medicamento.
- Não trata, cura ou previne doenças de forma reconhecida pela agência reguladora (ANVISA).
- Seu uso é voltado para complementar a alimentação, promovendo benefícios à saúde da pele, articulações, unhas, cabelos, etc.
- Pode ser vendido sem prescrição médica.
Referências:
– De Miranda, R., Weimer, P., & Rossi, R. (2021). Effects of hydrolyzed collagen supplementation on skin aging: a systematic review and meta‐analysis. International Journal of Dermatology, 60. https://doi.org/10.1111/ijd.15518.
– Kaziród, K., Hunek, A., Zapała, M., Wiśniewska-Skomra, J., Chmielarz, K., Tylutka, K., & Hapon, A. (2023). Collagen supplementation – does it bring real benefits?. Quality in Sport. https://doi.org/10.12775/qs.2023.13.01.008.
– Martínez-Puig, D., Costa-Larrión, E., Rubio-Rodríguez, N., & Gálvez-Martín, P. (2023). Collagen Supplementation for Joint Health: The Link between Composition and Scientific Knowledge. Nutrients, 15. https://doi.org/10.3390/nu15061332.