Dieta Rica em Cálcio: O Que Comer para Evitar Osteoporose e Manter Ossos Fortes

Artigo publicado em 6 de agosto de 2025

Dieta Rica em Cálcio: O Que Comer para Evitar Osteoporose e Manter Ossos Fortes

A saúde óssea é um tema que ganha cada vez mais relevância, especialmente com o envelhecimento da população. Condições como a osteopenia e a osteoporose representam estágios progressivos de perda de massa óssea e aumento do risco de fraturas. O cálcio, um dos minerais mais abundantes do corpo humano, é fundamental na prevenção dessas doenças. Cerca de 99% do cálcio corporal está armazenado nos ossos e dentes, funcionando como um “banco de reservas”. Quando a ingestão é inadequada, o corpo retira cálcio dos ossos para manter as funções vitais, o que, a longo prazo, pode levar à perda de densidade mineral óssea.

Por que o cálcio é tão importante?

O cálcio desempenha papéis essenciais em diversas funções do organismo, como:

  • Formação e manutenção da estrutura óssea;
  • Contração muscular;
  • Coagulação sanguínea;
  • Transmissão nervosa.

Ingestão recomendada de cálcio

De acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a recomendação diária de cálcio para adultos varia entre:

  • 1.000 mg/dia para adultos até 50 anos;
  • 1.200 mg/dia para mulheres acima de 50 anos e homens acima de 70.

A prevenção da osteopenia e da osteoporose começa com escolhas alimentares conscientes. Incluir uma variedade de alimentos ricos em cálcio — tanto de origem animal quanto vegetal — é essencial para manter a saúde óssea ao longo da vida.

Laticínios (Fontes Animais)

Laticínios continuam sendo as fontes mais concentradas e biodisponíveis de cálcio:

  • Leite de vaca (240 mL): ~240 mg de cálcio
  • Iogurte natural integral (170 g): ~200 mg
  • Queijo parmesão (30 g): ~300 mg
  • Ricota (1/2 xícara): ~330 mg

Importante: para quem tem intolerância à lactose, existem versões sem lactose ou alternativas vegetais fortificadas.

Mas, para além do leite e derivados, quais alimentos podem (e devem) ser incluídos na dieta?

Vegetais verdes escuros

Ricos em cálcio e antioxidantes, são excelentes para dietas vegetarianas:

  • Couve (refogada ou no suco): ~170 mg por xícara
  • Brócolis cozido: ~60 mg por xícara
  • Rúcula, agrião, mostarda, espinafre: boas fontes, porém o espinafre contém oxalatos, que reduzem a absorção do cálcio.

Sementes e oleaginosas

Além do cálcio, são ricas em gorduras boas e proteínas:

  • Gergelim (1 colher de sopa): ~90 mg
  • Tahine (pasta de gergelim): ~130 mg por colher
  • Amêndoas (30 g): ~75 mg
  • Chia (1 colher de sopa): ~180 mg

Leguminosas

Fontes vegetais de cálcio e ferro:

  • Feijão branco (1 xícara cozido): ~160 mg
  • Grão-de-bico: ~80 mg por xícara
  • Tofu (firmado com cálcio): ~250 a 350 mg por porção de 100 g

Peixes com ossos macios e comestíveis

Ricos em cálcio e vitamina D:

  • Sardinha em conserva (100 g): ~400 mg

Alimentos fortificados

Alimentos industrializados enriquecidos com cálcio:

  • Bebidas vegetais (soja, amêndoa, arroz): até 300 mg por copo (verificar rótulo)
  • Pães, cereais e sucos fortificados

Fatores que influenciam a absorção do cálcio

Alguns fatores podem interferir na absorção do cálcio, mesmo com boa ingestão:

Inibidores da absorção

  • Oxalatos (espinafre, beterraba) e fitatos (presentes em grãos crus e sementes) reduzem a biodisponibilidade do cálcio.
  • Cafeína e excesso de sal aumentam a excreção urinária de cálcio.
  • Consumo excessivo de proteína animal pode acidificar o meio interno, promovendo perda óssea.

Por outro lado, não basta apenas se preocupar em ingerir quantidades adequadas de cálcio todos os dias. É necessário saber que determinadas vitaminas e minerais são considerados potencializadores da absorção de cálcio, ou seja, eles favorecem uma absorção de cálcio mais otimizada pelo organismo, são eles:

Potencializadores da absorção

  • Vitamina D é fundamental para a absorção intestinal do cálcio. A exposição solar diária e o consumo de fontes alimentares (gema de ovo, peixes gordurosos) ou suplementação são essenciais.
  • Magnésio e vitamina K2 também participam do metabolismo ósseo.

Além disso, praticar exercícios físicos com impacto (como caminhadas e musculação) e evitar hábitos prejudiciais, como tabagismo e sedentarismo, são atitudes complementares fundamentais.

Em casos de risco aumentado ou baixa ingestão, a avaliação com um nutricionista é indispensável para adequar a dieta ou considerar a suplementação.

Referências:

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  • Weaver, C., & Plawecki, K. (1994). Cálcio dietético: adequação de uma dieta vegetariana. The American Journal of Clinical Nutrition , 59 5 Suppl, 1238S-1241S. https://doi.org/10.1093/ajcn/59.5.1238S .

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